sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Relacionamentos à distância podem dar certo???

Há grupos que culpam a convivência pelo fracasso dos relacionamentos, e há outros que, sem escolha, nem sabem o que isso significa. Casais que se relacionam à distância, seja devido ao trabalho, cidades diferentes e algumas vezes, até países distantes, precisam de dedicação extra e muita confiança no outro e em si, para contornarem a saudade, e provarem que o amor, pode sim, mover montanhas.

O psicólogo Khristian Drummond conta que as maiores dificuldades neste tipo de relação são a saudade, as incertezas e a insegurança que a distância pode gerar. “O fato de não saber por onde o outro anda e com quem realmente está, pode levar algumas pessoas a uma angústia muito grande”, explica o psicólogo, afirmando que por outro lado, essa separação “física” tem seus benefícios. “Normalmente no início dos relacionamentos mostramos apenas as nossas qualidades, os defeitos vão aparecendo com o tempo. Nos relacionamentos à distância, esses defeitos muitas vezes não tem tempo para aparecer, então tudo acontece de uma forma muito agradável e prazerosa”, esclarece.

 
B.F., de 59 anos, é casado há oito, e não vê um lado bom na distância. Engenheiro e dono de uma empresa no ramo naval, passa longos períodos viajando, assim como sua mulher, que também trabalha embarcada e passa mês sim, mês não, em casa. Nem por isso B.F. se acostumou com a situação. “Acho que a distância pode enfraquecer os relacionamentos e existem comprovações disso, mas devido às necessidades de trabalho dos dois, ficamos assim”, conta o engenheiro que assume que o mais difícil é se sentir sozinho às vezes, e não ter a companheira para conversar.


Apaixonados. E agora?

Manter um namoro ou casamento à distância não é tarefa simples e exige alguns cuidados. Se há um elemento que todos os casais que se relacionam dessa forma alegaram ser essencial é a confiança. “Há que se estabelecer uma base de confiança mútua, e procurar não entrar muito em pensamentos paranóicos e comportamentos ciumentos, como ligar para o celular da pessoa dez vezes ao dia, só para saber o que ela está fazendo. É melhor investir no amor, no respeito e na vontade de fazer a coisa dar certo”, alerta Khristian.

Isabela Castilhos, capixaba de 25 anos, que mora no Rio, conheceu seu ex-namorado, norte-americano, em uma viagem de intercâmbio para os Estados Unidos, e resistiu em um primeiro momento. “No inicio nunca dá pra ter nem criar nenhuma expectativa. Mas o tempo acabou nos aproximando, nos pegando pelo coração e não teve jeito, tivemos que passar por essa experiência e acabamos encontrando um jeito para encurtar essa distância, com ele vindo morar no Brasil”, relata.

Aprendendo a ver o lado bom

Se não faltam desconfianças e reclamações a cerca dos quilômetros de separação, sobram comentário sobre a eterna sensação de “frio na barriga”, o qual quem se relaciona à distância sente por períodos muito mais longos. Certo ou errado, bom ou ruim, só quem vive a experiência poderá dizer, já que não há fórmulas e nem regras para o amor. Mas para aqueles que se encontram em um dilema, o psicólogo Khristian Drummond tenta ajudar. “Se você se apaixonou por alguém que mora longe e quer manter um relacionamento com essa pessoa, não espere muito! Vá em frente e mergulhe de cabeça na relação, pois não encontramos um grande amor todos os dias. Se não der certo, pelo menos você tentou fazer a coisa acontecer, não se acovardou. E se tudo correr bem, terá sido a tacada da sua vida”, aconselha o especialista.